Lewis Hamilton, de 39 anos, encerrou um longo período de seca de vitórias na Fórmula 1, afastando uma sensação incômoda que o perseguia desde 2021. Em uma confissão sincera, Hamilton revelou que havia pensado que não venceria mais e que talvez não fosse mais bom o suficiente. No entanto, a vitória em seu GP de casa, em Silverstone, reavivou sua confiança e reafirmou seu talento. A relação agora harmoniosa com a Mercedes promete benefícios tanto para sua carreira quanto para a Fórmula 1.
"Eu nunca chorei depois de uma vitória. Simplesmente saiu de mim," disse um emocionado Hamilton após animar mais de 160 mil espectadores em Silverstone no último domingo (7). O heptacampeão voltou ao topo e não conseguiu conter as lágrimas. Sua voz trêmula no rádio, ao ouvir o engenheiro Peter Bonnington gritar "você é o cara, você é o cara," revelou ainda mais. Era como se Hamilton finalmente tivesse despertado de um trauma profundo, compreendendo que o pior já havia passado. Está tudo bem agora, Lewis.
A vitória de Hamilton encerrou um jejum de 945 dias sem triunfos na Fórmula 1 — um período surpreendentemente longo para alguém com um recorde impressionante de vitórias. Sua última vitória havia sido no controverso GP da Arábia Saudita em 2021, antes dos eventos tumultuosos de Abu Dhabi, que impactaram profundamente sua carreira.
A derrota em Abu Dhabi foi mais difícil de superar do que qualquer outra fase ruim, exacerbada pelos erros consecutivos da Mercedes na era do efeito solo. Esses problemas quase deterioraram a relação de Hamilton com a marca. No entanto, ele parece ter aceitado essa espera dolorosa, lidando com a perda do título de 2021, que ele sentia que lhe havia sido injustamente tirado.
Durante esse tempo, Hamilton falou pouco sobre seus sentimentos, embora deixasse transparecer em momentos específicos. Após a vitória, o alívio era evidente — e até mesmo Max Verstappen, seu rival, estava por perto, testemunhando as reflexões de Hamilton. "Foi um desafio constante sair da cama todos os dias e dar o meu melhor," confessou Hamilton.
"Houve definitivamente momentos entre 2021 e hoje em que não senti que era bom o suficiente, ou pensei que nunca mais aconteceria. Quando voltei em 2022, pensei que tinha superado isso. Mas não, e levou muito tempo para curar esse sentimento. Isso é natural para qualquer pessoa que passe por uma experiência assim. Trabalhei muito para encontrar essa paz interior dia após dia," explicou Hamilton. "Vivemos em uma época em que a saúde mental é um problema muito sério e não vou negar que já passei por isso."
As palavras de Hamilton foram poderosas e vieram no momento certo. A Mercedes demonstrou um crescimento técnico significativo em 2024, e a corrida mostrou um alto nível de competitividade. Hamilton aproveitou todas as oportunidades durante as 52 voltas da corrida. Na largada, ele protegeu o pole e companheiro de equipe, George Russell, e depois esperou a chuva. Nas dificuldades de Russell, Hamilton assumiu a liderança e, mesmo atrás da McLaren, não desistiu. No final, foi recompensado com um excelente trabalho da equipe alemã. Na liderança, Hamilton cuidou bem dos pneus e controlou o ímpeto de Verstappen, reservando suas melhores voltas para os momentos decisivos.
Ao cruzar a linha de chegada, as arquibancadas explodiram em comemoração. O barulho do público apaixonado foi ensurdecedor. Os aplausos mostraram que Hamilton ainda é uma figura icônica na Inglaterra e no mundo. Ele precisava dessa vitória, e não havia lugar melhor para isso do que em casa, onde já venceu nove vezes, agora superando o recorde de Michael Schumacher. Hamilton celebrou com o público e recebeu um longo abraço de seu pai, Anthony, retratando esse momento especial.
Além disso, a vitória no GP da Inglaterra marca uma oportunidade para Hamilton finalmente fazer as pazes consigo mesmo e com a Mercedes — a equipe que deixará ao fim da temporada para escrever um novo capítulo de sua carreira na Ferrari. E quem ganha com isso é a Fórmula 1.
A temporada 2024 da Fórmula 1 continua entre os dias 19 e 21 de julho, em Hungaroring, com o GP da Hungria.
Resultado
Posição | Piloto | Equipe | Diferença |
1 | Lewis Hamilton | Mercedes | |
2 | Max Verstappen | RRBR | +1s465 |
3 | Lando Norris | McLaren | +7s547 |
4 | Oscar Piastri | McLaren | +12s429 |
5 | Carlos Sainz | Ferrari | +47s318 |
6 | Nico Hulkenberg | Haas | +55s722 |
7 | Lance Stroll | Aston Martin | +57s569 |
8 | Fernando Alonso | Aston Martin | +1m03s577 |
9 | Alexander Albon | Williams | +1m08s387 |
10 | Yuki Tsunoda | RB | +1m19s303 |
11 | Logan Sargeant | Williams | +1m28s960 |
12 | Kevin Magnussen | Haas | +1m30s153 |
13 | Daniel Ricciardo | RB | - 1 volta |
14 | Charles Leclerc | Ferrari | - 1 volta |
15 | Valtteri Bottas | Sauber | - 1 volta |
16 | Esteban Ocon | Alpine | - 2 voltas |
17 | Sergio Pérez | RBR | - 2 voltas |
18 | Guanyu Zhou | Sauber | - 2 voltas |
- | George Russell | Mercedes | ABANDONOU |
- | Pierre Gasly | Alpine | ABANDONOU |
Comments